Infelizmente, muita gente acha que sim, que a vida sexual ativa está ligada a corpos perfeitos, juventude, peles firmes e sem rugas.
Mas as pessoas acima de 60 anos hoje não estão mais quietas em casa – elas estão trabalhando, viajando, fazendo atividades físicas, realizando sonhos que ficaram pra trás, ou seja, elas querem viver! E a sexualidade faz parte da vida, é inerente ao ser humano, independentemente da idade.
A população idosa no Brasil já soma mais de 30 milhões de pessoas e esse número vai dobrar em 2050, representando 30% da nação brasileira. Um número muito expressivo e que necessita de mais atenção e cuidado.
Muitos já estão no segundo ou terceiro relacionamento e querem fazer diferente, aproveitar o tempo que ainda lhes resta (que não é pouco, considerando que a expectativa de vida hoje é de 76 anos) com o máximo de prazer.
Ocorre que muitas vezes o corpo sente dores, não tem a mesma força e disposição para uma maratona sexual que conseguia fazer em outros tempos. Há também a ação causada pela utilização de medicamentos de uso contínuo que invariavelmente afetam a libido e podem causar disfunções sexuais.
Ainda que haja algum tipo de limitação física, e se houver, existem profissionais capacitados para ajudar, é possível ter uma vida sexual ativa até o último dia de vida. Lembrando que quando falo em vida sexual ativa, não falo apenas em penetração.
É aí que precisa ser trabalhada a aceitação da idade e de suas novas condições, permitir-se explorar novas possibilidades de sentir prazer sem vincular apenas à uma penetração.
O corpo é nosso maior órgão sexual e pode ser experimentado em situações e possibilidades diferentes que antes não se permitiam, como por exemplo uma massagem nos pés.
Mas talvez o corpo não seja o único limitador, e sim a cabeça! Os pensamentos, crenças e tabus podem atrapalhar muito mais. Aí, deve chegar o momento de abandonar todos esses pensamentos, as opiniões dos outros, o que dizem as revistas femininas e as propagandas que cultuam “corpos jovens e perfeitos”.
Não é fácil! Pois as mudanças físicas e emocionais começam bem antes dos 60 anos e se preparar pra esta fase antecipadamente vai facilitar a transição e com certeza será mais leve e libertador!
*As opiniões contidas neste artigo são de responsabilidade do autor.