Muito se fala sobre assédio sexual, mas parece que ainda faltam algumas informações sobre isso.
Então, vou começar do começo: O que é assédio sexual?
Pela lei, o assédio sexual é um tipo de crime que consiste em constranger alguém para obter um “favor sexual” usando a condição de superioridade hierárquica. Algumas atitudes que podem ser consideradas como assédio são tentativas de contato mais próximo, como: beijo; comentários insistentes; convites indevidos; ou até gestos que causem constrangimento na outra pessoa e viole a liberdade sexual dela. Exemplo: Um chefe que insiste que a funcionária tem que dormir com ele senão ela não será promovida, ou uma professora que diz que o aluno só vai passar de ano se ele a beijar.
Agora, se você trabalha em um lugar, faz uma investida em um colega, ele curte e retribui, isso é paquera e, sim, pode ser comum no ambiente de trabalho.
Uma confusão bastante comum é achar que assédio é o mesmo que acontece nas ruas ou baladas, onde uma pessoa assobia pra outra e fala grosserias.
Essa é uma situação que não tem essa hierarquia. Nesse caso, famos em de importunação sexual, que é a prática de “ato libidinoso”. Ou seja, qualquer interação de caráter sexual, desde um “fiu fiu” na rua até o toque em genitais — sem a autorização da outra pessoa.
Porém, se acontecer algum tipo de violência ou grave ameaça, falamos de estupro.
Também vale lembrar que tanto o assédio, quanto os outros atos comentados aqui podem ser cometidos tanto por homens quanto por mulheres.
Ao contrário do que muitos pensam, o sexo não é só a penetração. E, contrariando o que muitas pessoas imaginam, mulheres também podem assediar, importunar sexualmente e até estuprar. Apesar do mais comum ser a mulher ser agredida por um homem, o contrário também pode acontecer.
E tanto a mulher quanto o homem, quando são vítimas, reagem de formas parecidas, mas por razões que podem diferir um pouco. Quando uma mulher passa por alguma dessas violências, podem ter pensamentos ou emoções como: medo de perder o emprego; das pessoas não acreditarem nela; de sofrer uma violência ainda maior da outra pessoa; ou até pensar que isso é algo normal e ela não tem motivos para fazer a pessoa (muitas vezes, um homem) parar.
Esse último pensamento é justamente um reflexo do que uma sociedade machista com um longo histórico de objetificação do corpo feminino faz com a nossa cabeça, pois isso já aconteceu tantas vezes que é visto como uma atitude “normal”.
Os homens muitas vezes são criados sob a crença de que devem agir de determinada forma, para mostrarem masculinidade. Assim como os homens aprenderam que está tudo bem importunar as mulheres, eles também aprenderam que têm que estar disponíveis para o sexo a qualquer momento. E isso não são só os homens aprendem, mas as mulheres também, o que é bastante perigoso, pois, mesmo quando incomodados, muitos não procuram ajuda porque sentem que podem ser motivos de chacota.
Não é à toa que muitos caras passam por situações assim e preferem não dizer a ninguém, e muitos até tentam considerar que “não foi nada, foi só uma mina insistente”.
Isso por si só não seria o bastante para provarmos que a construção do machismo também é nociva para os homens, mas de formas diferentes?
É lógico que mulheres sofrem muito mais com isso do que os homens, mas se eles não entenderem que também sofrem consequências por causa de uma estrutura que eles mesmos criaram, vamos repetir os mesmos erros em looping e nunca sairemos do lugar.
Vamos deixar uma coisa bem clara: NENHUM assédio ou importunação é benéfico, seja você homem, mulher, não binárie etc. Nenhuma vítima se beneficia com isso.
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