É sempre um tabu falar sobre sexualidade feminina. Por isso, resolvemos separar aqui alguns dos principais problemas que as mulheres enfrentam e como tratá-los. Vivemos em uma sociedade castradora de mulheres desde o princípio, diariamente vítimas de uma violência estrutural, machista e misógina. Segundo matéria do Correio Braziliense, só em 2020 foram registrados 1.350 casos de feminicídio, ou seja, um caso a cada seis horas e meia. Outro dado chocante é que 81,5% dos assassinos eram companheiros ou ex-companheiros, enquanto 8,3% das mulheres foram mortas por outros parentes.

Embora já tenhamos avançado bastante no que diz respeito a ocupar nosso lugar de direito na sociedade, isso ainda reflete no comportamento das mulheres, nas relações afetivas e no contato íntimo com o próprio corpo. Esses padrões sociais, sentidos até hoje, reprimem, objetificam e atrapalham a vida das mulheres como um todo, mas a sexualidade feminina é uma das partes mais afetadas.
Entre os problemas mais comuns no âmbito sexual, estão:
Ausência ou dificuldade de chegar ao orgasmo: conhecido como anorgasmia, esse é o segundo problema mais relatado pelas mulheres. Isso pode acontecer pela falta de concentração, de autoconhecimento, de orientação. Excesso de estresse e preconceitos também contribuem com para a disfunção.
Dor ou desconforto: muitas mulheres sentem dor na horada relação sexual, o que pode indicar alguns problemas. Os mais comuns são a dispareunia, que é a dor durante o ato, e o vaginismo, que torna dolorosa a penetração por conta de uma contração na vagina.
Falta de desejo: A falta de vontade de procurar o parceiro ou a parceira para uma atividade sexual é chamada de desejo hipoativo. Mas o que significa isso? A mulher perde a vontade de fazer sexo e passa a não criar mais fantasias sexuais. As causas podem ser estresse, depressão, experiências negativas ou medicamentos. Esses são só alguns dos problemas sexuais vivenciados pelas mulheres, sequelas de incontáveis julgamentos e desigualdades de gênero. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Referência e Especialização em Sexologia (Cresex), o fator psicológico é o que mais influência na origem desses distúrbios, enquanto apenas 13% das pacientes têm problemas de natureza orgânica.

Diferente do que muitas mulheres pensam, tem solução. Algumas não procuram ajuda por vergonha, falta de incentivo, desinformação, dificuldade de acesso… Mas é possível encontrar alento e curar esses problemas que tanto afetam a sexualidade feminina.
Você já ouviu falar em terapia sexual? Essa ferramenta é essencial para a dissolução de problemas sexuais. Parecida com a psicoterapia, a terapia sexual é focada em compreender e resolver as questões íntimas do indivíduo, sempre de forma sigilosa, ética e empática.
Em sessões de 30 a 60 minutos, a mulher pode colocar todas as suas dificuldades e aflições sobre a sua sexualidade, tenha ela um companheiro(a) ou não. O profissional é capacitado para gerenciar esses conflitos e, com técnicas e estudos, encontrar a solução.
A terapia sexual pode ser útil para casais ou indivíduos que tenham dificuldades no ato sexual, disfunções sexuais, problemas psicológicos, traumas, falta de conhecimento do corpo, questões de gênero, problemas de orientação sexual, dificuldades de engravidar, casos de agressão sexual ou abuso, compulsão sexual… Enfim, ela ajuda em todos as situações em que a sexualidade está em pauta. Os resultados vão muito além da melhora nas relações sexuais. Estão inclusos no pacote mais autoestima, inteligência emocional, autoconhecimento, educação sexual, comunicação não violenta, qualidade do relacionamento, entre tantos outros benefícios.

Vale lembrar que esse tipo de terapia não serve somente para pessoas com alguma disfunção, mas também para entender o que você gosta na cama, explorar fantasias sexuais, ter mais autonomia e desmistificar esse assunto tão gostoso que é a sexualidade.